
Relembrar os momentos de terror que viveram e presenciaram, dois anos e três meses após o massacre na creche de Saudades, no Oeste catarinense, ainda mexe muito com a emoção. Os relatos das três vítimas, ouvidas neste primeiro dia de julgamento do acusado pelas cinco mortes e outras 14 tentativas de homicídio, misturaram tristeza e revolta. Foram nove pessoas que detalharam o ataque, o socorro imediato na escola e também as avaliações psiquiátricas feitas no réu. Os trabalhos desta quarta (9) encerraram com o interrogatório do acusado. 2x2dl
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Desde cedo, mesmo embaixo de chuva, se formou uma grande fila na frente do fórum. Eram interessados em acompanhar a sessão. Familiares e amigos das vítimas manifestaram empunhando faixas e cartazes. Alguns grupos também utilizaram camisetas confeccionadas para a ocasião.
Depois da formação do conselho de sentença – composto por seis mulheres e um homem, por sorteio -, foram ouvidas três vítimas do ocorrido. Na sequência teve início a oitiva de testemunhas de acusação, sendo duas presencialmente e uma online. A defesa ouviu duas testemunhas de maneira remota e outra presencial. Foram dispensadas três vítimas, cinco testemunhas de acusação e uma de defesa.
Outro ponto forte e muito aguardado foi o interrogatório do réu. Porém, o acusado exerceu o direito de permanecer em silêncio. Assim, a sessão foi encerrada às 21h e será retomada às 9h desta quinta (10), com debates. Iniciando pela explanação da acusação e, em seguida, da defesa. Cada parte tem uma hora e meia para apresentar suas argumentações.
As ruas que circundam o fórum estão fechadas, sob forte esquema de segurança, e assim permanecerão até o final do julgamento. Participaram da operação 12 policiais penais do Núcleo de Operações Táticas (NOT), 17 policiais militares de Pinhalzinho e Chapecó, além de dois bombeiros que prestam atenção integral à sessão. O Município de Saudades também disponibilizou psicóloga e enfermeira para atendimento de vítimas e familiares, durante todo o júri.
Atuam na acusação, os promotores de justiça Bruno Poerschke Vieira, Douglas Dellazari, Fabrício Nunes e Julio André Locatelli, com assistência do advogado Luiz Geraldo Gomes dos Santos. Na defesa está o advogado Demetryus Eugenio Grapiglia.
O agressor foi denunciado por 19 crimes de homicídio entre consumados e tentados. Na manhã do dia 4 de maio de 2021, ele entrou em uma creche no município de Saudades e, com uma adaga – espécie de espada -, golpeou fatalmente duas professoras e três bebês. Outra criança, também com menos de dois anos, foi socorrida a tempo de se recuperar. O processo tramita em segredo de Justiça na comarca de Pinhalzinho.